Não foi fácil. Medo, tristeza, raiva, indignação, frustração, terror, pânico... Depressão.

Viver cada uma dessas emoções, sentir a vibração, a textura o amargo e ao mesmo tempo o azedo de cada uma delas intensamente, é algo simplesmente inexplicável. Como eu disse, fácil... não foi! Olhar ao redor, observar as emoções do mundo se opondo às suas emoções, entrando em conflito, se rivalizando, se chocando e se aumentando. Aumentando o medo, a tristeza, a raiva, a indignação, a frustração, o terror, o pânico e a depressão. Cada qual aumentando em sua essência, atingindo seu ponto extremo, seu ápice. Todas elas, juntas em sintonia fuzilando e sussurrando nos ouvidos de seu próprio portador um mesmo adjetivo: “Fracassado”, “Fracassado” “Fracassado”.

Um vaso quebrado, uma casca vazia...

O que é um homem quando se perde em busca de seus objetivos? E quando não os tem?

Sem uma bússola para guiá-lo, como saber o ponto de partida para fora do turbilhão que se encontra? Como fugir dos demônios que sussurram em seus ouvidos?

O espaço vazio, onde se encontra todo o turbilhão de emoções em que vive, precisa ser preenchido.

E é ao ouvir constantemente o adjetivo “Fracassado”, ouvir de si mesmo tal adjetivo, sentir todas as emoções e observar o mundo fora de foco, sem sintonia com seu próprio mundo... que a resposta e seu destino apareceram... E como uma bússola para guiá-lo, uma frase de uma propaganda qualquer lhe chamou a atenção dizendo:

“A chave para o sucesso, é sabermos levantar-nos depois de cairmos”.

A frase lhe disse que ele caiu, ficou espatifado, desmotivado, sem rumo.

Disse-lhe também que cair é sinal de que já esteve de pé, que ele pode ficar de pé novamente.

Disse-lhe ainda, que viver é estar sempre a cair e a levantar, ou a levantar e cair, entenda como quiser.

A frase o fez entender, que se ela existe é porque isso acontece com todos, e ele não era uma exceção.

Disse-lhe por fim, que quando estiver levantado vai adorar a sensação de estar de pé novamente, vai sentir como se ela fosse única, ou melhor, ela é única. E vai até rir, achar um pouco de graça de tudo que se passou e de como se passou...

O homem não gostava de sentir o que estava a sentir, mas percebeu que era importante e que fazia parte de seu crescimento. Ficou triste, sim. É normal. Mas passa.

E ouvindo ainda os sussurros do adjetivo “Fracassado”, passou a tê-lo como um professor, como um motivador. Entendeu que tudo foi apenas um desvio temporário, não um beco sem saída. E que a única forma de evitar o fracasso seria não dizer nada, não fazer nada e não ser nada.

E um nada, ele nunca seria!