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Alguem que escrevendo... mergulha profundamente em seu próprio caos particular.

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Pra quem gosta de livros... Vale a pena conferir:

  • - A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak
  • - Legado de Cinzas, Uma Historia da CIA - Tim Weiner
  • - Juventude Hitlerista - Susan Campbell
  • - Jesus para Presidente - Roland Merullo
  • - Vendedor de Sonhos - Augusto Cury
  • - Todos de Sherlock Holmes - Arthur Conan Doyle
  • - Código dos Justos - Sam Bourne
  • - Three - Tedd Dekker
  • - História de Um Louco - John Katzenbach
  • - O Analista - John Katzenbach
  • - Anjos e Demônios - Dan Brown
  • - Código da Vince - Dan Brown
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O barzinho

Havia poucas pessoas no bar naquele momento. Somente três ou quatro mesas ocupadas, por solitários, em sua maioria. Como companhia, a cerveja ou o chopp que na sua infinita promiscuidade, servia a todos ao mesmo tempo. A quantidade do líquido dourado variava nos copos. Alguns meio cheios, outros meio vazios, dependendo do grau de ebriedade que cada um já tinha alcançado.
Um garçom, com um paninho na mão, andava por entre seus clientes. Dois pareciam ser freqüentadores habituais do estabelecimento e dois eram novidade: Eu e a Uly. Quatro no total, cada um em uma mesa, perdido em seus pensamentos e problemas, num ambiente de fraterna condolência coletiva, afundados nas próprias amarguras que a vida lhes reservava.No sonzinho tocava um pagode, eu acho. Se serviria para distrair os que ali estavam, provavelmente não. Afetaria de algum modo aquelas pessoas ali sentadas? Também não.
Seria mais uma musica tocando para o nada, que jamais seria lembrada por nenhum dos membros de seus reduzidos e alcoolizados ouvintes, decidimos então ouvir nossas próprias musicas e do meu celular começamos com o som de "I'm Yours" de Jason Mraz, iniciamos a troca de pensamentos, ideias e saudades.....
O ambiente no bar era intimista, escuro, com luzes indiretas apontando para os cantos ou as plantas. As mesas de madeira não tinham nada por cima que as cobrisse e mostravam milhares de manchas dos milhares de copos que já tinham passado por lá, servindo aqueles círculos escuros como alertas para quem ali sentasse.
Entre um chopp e outro relembramos os momentos de felicidade e amizade que tornaram o ano simplesmente sensacional..... relambramos de como a dois meses atrás, Eu e Uly não éramos grandes amigos.... e que agora nos tornamos verdadeiros amigos..... percebemos como faz falta a companhia da Vah e como os momentos em que estão soh nós três passam de simples para inesqueciveis momentos.....
Decidimos ligar para Vah, e com poucas unidades no cartão conseguimos matar um pouquinho da saudade afinal.... estavamos a cinco dias sem vê-la.
Nós três, que juntos compartilhamos coisas e segredos que não são falados no grupo, juntos assistimos filmes engraçados e bizarros em um Cine Show qualquer e juntos formamos uma amizade independentemente do grupo e das circunstâncias ...formamos uma amizade sólida.
Olhamos o relógio, a hora passou... chegou a hora da partida, de voltarmos para nossa vidinha em VR, de voltarmos para a rotina.

Mais os poucos e bons momentos em JF, foram Nota 10....assim como o nome daquele bar....

In:

Auto Retrato

Quem fui eu?
Uma criança que acreditava em Papai Noel, na bondade humana, subia em telhado, tinha um mundo nas mãos pra fazer o que bem quisesse, mentia muito, sonhava com absurdos, quis ser piloto e astronauta.
Uma criança dividida, que nunca criou um cachorro, que jogava videogame, que não sabia fazer grandes merdas, que era PhD em pequenas merdas, que não brigava, que era covarde, que era tímida.
Uma criança que chorava sozinha, que na maioria das vezes se sentia sozinha, que tinha uma mente extremamente fértil, que era responsável, que precisava do mundo a seus pés mas não sabia como fazê-lo. Sonhava e ainda sonha demais. Esse fui eu.
Quem sou eu?
Um adolescente, alegre por isso, preocupado com idade e tempo que passa. Um flamenguista cheio de orgulho, menos covarde, menos sozinho, menos magro, menos preguiçoso, menos tímido, com menos amores, menos romântico, menos iludido, menos inocente, menos chorão. Um rapaz com espinha na cara, com óculos, com pouca paciência, que ri demais e terá rugas por causa disso, que fala demais, escuta demais, dorme demais e come bobagem demais.
Um bobo, que espera demais, se decepciona demais, acredita demais, se policia demais, tem pudores demais, se preocupa (muito) demais e fala sozinho. Um moço que tenta ser inteligente, tenta estudar, tenta ser promotor, investigador, tenta se formar, tenta ter paciência (e nunca consegue), tenta não ser grosso, tenta não chorar, tenta compreender e justificar. Eu sou um idealista, sonhador, sou interativo, sou de capricornio.
Sou brasileiro e não desisto nunca, sou Veiga, sou Flamengo, sou teimoso como uma mula (daquelas bem teimosas), sou alegre e, quem sabe, até feliz. Não perdôo fácil, não quero voltar e nem quero ficar, não sou responsável, não tenho emprego, não tenho nada realmente meu, não tenho salário, não sou difícil de ler. Tenho amigos, tenho sede, de várias coisas, tenho vergonha, tenho livros, tenho meu quarto, tenho duas camas, tenho medo de palhaço (o outro medo eu superei), tenho certeza que amigos é a família que nos deixaram escolher, tenho mais amigos do que dedos nas mãos e pés. Minto menos do que antes, choro menos, nado, danço, já quis me formar em engenharia (que piada!), quero ser cientista político, diplomata, bacharel em relações internacionais, quero ser promotor, delegado, investigador, quero ser Juiz.
Gosto de sorvete, cavalos, livros, quadrinhos, fantasia medieval, segredos, gente do bem (e algumas do mal). Gosto do meu sotaque, de coca-cola, de aprender, da cor azul, do mar, do meu EU. Odeio pedantismo, grosseria, mentira, inveja, clichês, gente chata, burrice, jiló, sujeira, solidão, preconceito. Admiro a coragem. Admiro quem faz o que quer. Detesto quem finge que faz o que quer.
Eu sou alguém que mudou muito poucas coisas, que fez menos bem do que deveria, fez mais mal do que deveria. Queria cantar que nem a Marisa Monte, cozinhar que nem Cadu, escrever que nem Luis Fernando Veríssimo e Saramago, queria que as pessoas que eu amo soubessem como as amo. Queria ter sido o autor de vários livros, queria ter estudado em Hogwarts, queria ter cantado mais, queria falar bem umas doze línguas.
Quero agradar. Quero fazer sorrir. Quero ser sincero, mas em demasia faz mal (que nem cerveja, mais ainda assim... bebemos demais). Quero ser feliz. Quero acreditar. Quero ver um milagre antes de morrer, ter filhos antes de morrer, quero ler, ler e ler, e se der, ser lido. Quero o mundo a meus pés e ainda não sei como fazê-lo. Esse sou eu.
Quem serei eu?

Se tudo der certo, secretário-geral da ONU, diplomata, Juiz, professor universitário, ganhador do Nobel, escritor mundialmente famoso, casado com uma mulher que eu ame pelo menos mil vezes mais do que todas as que (acho que) já amei até hoje, pai de pelo menos 3 filhos biológicos e mais uns 3 adotados. Serei lembrado, mais religioso, já terei visto meu milagre, terei muitas rugas por sorrir demais.
Terei uma biblioteca faraônica, muitos cachorros, muito dinheiro, conhecerei o mundo todo e algo mais, terei todos os meus amigos e ainda mais, terei menos vergonha e paciência (se é que isso é possível). Terei dito várias verdades, sentirei muitas saudades de tudo e todos. Terei aprendido que não preciso do mundo a meus pés. Que não preciso de tanto dinheiro, nem de tantas ambições, nem de tantas coisas. Terei aprendido mais coisas do que jamais achei possível. Terei enterrado grandes amores, literal e metaforicamente, terei menos medo da morte, terei sabedoria, terei cheiro de velho (mas não de mofo). Serei velho, gordo, careca, meio cego, ainda rindo demais, e apesar disso tudo, além disso tudo e com isso tudo, serei feliz. Esse serei eu.
Se Deus quiser...