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Alguem que escrevendo... mergulha profundamente em seu próprio caos particular.

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Pra quem gosta de livros... Vale a pena conferir:

  • - A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak
  • - Legado de Cinzas, Uma Historia da CIA - Tim Weiner
  • - Juventude Hitlerista - Susan Campbell
  • - Jesus para Presidente - Roland Merullo
  • - Vendedor de Sonhos - Augusto Cury
  • - Todos de Sherlock Holmes - Arthur Conan Doyle
  • - Código dos Justos - Sam Bourne
  • - Three - Tedd Dekker
  • - História de Um Louco - John Katzenbach
  • - O Analista - John Katzenbach
  • - Anjos e Demônios - Dan Brown
  • - Código da Vince - Dan Brown
In:

Adiamento

Não foi fácil. Medo, tristeza, raiva, indignação, frustração, terror, pânico... Depressão.

Viver cada uma dessas emoções, sentir a vibração, a textura o amargo e ao mesmo tempo o azedo de cada uma delas intensamente, é algo simplesmente inexplicável. Como eu disse, fácil... não foi! Olhar ao redor, observar as emoções do mundo se opondo às suas emoções, entrando em conflito, se rivalizando, se chocando e se aumentando. Aumentando o medo, a tristeza, a raiva, a indignação, a frustração, o terror, o pânico e a depressão. Cada qual aumentando em sua essência, atingindo seu ponto extremo, seu ápice. Todas elas, juntas em sintonia fuzilando e sussurrando nos ouvidos de seu próprio portador um mesmo adjetivo: “Fracassado”, “Fracassado” “Fracassado”.

Um vaso quebrado, uma casca vazia...

O que é um homem quando se perde em busca de seus objetivos? E quando não os tem?

Sem uma bússola para guiá-lo, como saber o ponto de partida para fora do turbilhão que se encontra? Como fugir dos demônios que sussurram em seus ouvidos?

O espaço vazio, onde se encontra todo o turbilhão de emoções em que vive, precisa ser preenchido.

E é ao ouvir constantemente o adjetivo “Fracassado”, ouvir de si mesmo tal adjetivo, sentir todas as emoções e observar o mundo fora de foco, sem sintonia com seu próprio mundo... que a resposta e seu destino apareceram... E como uma bússola para guiá-lo, uma frase de uma propaganda qualquer lhe chamou a atenção dizendo:

“A chave para o sucesso, é sabermos levantar-nos depois de cairmos”.

A frase lhe disse que ele caiu, ficou espatifado, desmotivado, sem rumo.

Disse-lhe também que cair é sinal de que já esteve de pé, que ele pode ficar de pé novamente.

Disse-lhe ainda, que viver é estar sempre a cair e a levantar, ou a levantar e cair, entenda como quiser.

A frase o fez entender, que se ela existe é porque isso acontece com todos, e ele não era uma exceção.

Disse-lhe por fim, que quando estiver levantado vai adorar a sensação de estar de pé novamente, vai sentir como se ela fosse única, ou melhor, ela é única. E vai até rir, achar um pouco de graça de tudo que se passou e de como se passou...

O homem não gostava de sentir o que estava a sentir, mas percebeu que era importante e que fazia parte de seu crescimento. Ficou triste, sim. É normal. Mas passa.

E ouvindo ainda os sussurros do adjetivo “Fracassado”, passou a tê-lo como um professor, como um motivador. Entendeu que tudo foi apenas um desvio temporário, não um beco sem saída. E que a única forma de evitar o fracasso seria não dizer nada, não fazer nada e não ser nada.

E um nada, ele nunca seria!

In:

Que tipo de pessoa somos?

Na incessante busca por si mesmo, há dias que aprendemos algo realmente novo. Algo não revelado, escondido, que nunca soubemos que existia.
Algo que nos surpreende.
E nesse dia de auto descoberta, uma pergunta permanece: “Que tipo de pessoa somos?
E quando a busca por si mesmo continua, procuramos respostas em toda parte...
Na natureza, em Deus, em pequenas tragédias que podem nunca ser entendidas.
Mais ainda assim, somos levados a buscar... concentrados em um só objetivo: Entender nosso papel, nossa missão, ou qualquer outra coisa que nos defina.
Não importam as conseqüências, se vamos comprometer nossas amizades ou não, ou que pactos com o Diabo precisemos fazer, estamos focados, procurando apenas entender...
A realidade é que está tudo indo muito rápido, minha vida, por exemplo, é um trem veloz que não sei pra onde vai.
Mais uma coisa é certa: Na busca por si mesmo, ganhei uma segunda chance. Fui abençoado por Deus, e acho que o mesmo tem uma missão pra mim.

Então, por que tenho tantas duvidas?

Atormentado por demônios reais e imaginários. Amedrontado pelos desafios adiante e assombrado pelos fantasmas do passado...
Deus sabe o que eu sou? Eu sei?
Sou um anjo ou um monstro?
O mocinho ou o bandido?

E por que razão, não vejo as diferenças?

In:

Dualidade



No sexto dia, Deus criou o homem a sua própria imagem e semelhança. Agora cabe a nós entender tudo isso: O certo, o errado, o bem e o mal... Em cada um de nós está a capacidade, o que motiva nossos atos, o que guia nossas ações. Então, o que faz alguns escolherem o altruísmo, a necessidade de se dedicar a algo maior, enquanto outros conhecem apenas ao interesse próprio, isolando-se num mundo particular?... Alguns buscam o amor, mesmo que não retribuído, enquanto outros são guiados pelo medo e a traição.


A aqueles que vêem suas escolhas como a prova sombria e obscura da ausência de Deus, enquanto outros seguem o caminho de um destino nobre. Mas no fim, o bem, o mal, o certo ou o errado, o que escolhemos nunca é o que realmente precisamos, pois essa é a maior das piadas cósmicas... O verdadeiro presente, que Deus nos deixou.


Existe o bem e o mal, o certo e o errado, os heróis e vilões. E se formos abençoados com a sabedoria, perceberemos que haverá deslumbres entre as brechas de cada um, por onde a luz irradiará. Esperamos em silêncio por esses momentos, quando tudo faz sentido, quando a insignificante existência ganha foco, e o nosso objetivo se apresenta.

Se tivermos a força de ser honestos, o que encontraremos lá, olhando de volta para nós, será o nosso próprio reflexo, como testemunho da dualidade da vida: Que cada um de nós é tanto capaz da sombra, quanto da luz, do bem e do mal... de ambos, de todos.

In:

Espelho...


Num jogo de palavras, me olho no espelho. Brincadeira tola para jovens bobos, olhar-se no espelho para passar o tempo. E na superfície lisa, lá estou eu. Me vejo e por vezes nem mesmo acredito. Passo alguns instantes – e por que não? – só me olhando, me conhecendo, me compreendendo. Chego à conclusão que não me reconheceria se me visse fora da lisura espelhada. Não saberia quem eu sou se não me repetisse, não me imitasse. Desconheço meu duplo. Não me reconheço nem me conheço.

Continuo me olhando e vendo meus próprios detalhes, que só meus, me reservo exclusividade. "Barba" meia que por fazer, rosto anguloso, pele queimada de sol, que já foi pálida doentia antes, com as marcas patéticas da juventude. Nariz grande, herança lusa, óculos cor de bronze, olhos cor de nada. Na verdade, não de nada, mas normal, castanhos, marrom, corriqueiros, típicos. Ainda assim, meu próprio espelho, que me reflete de novo, ainda mais. e dá medo me ver em meus próprios olhos, me ver em mim mesmo, me ver como me vejo. E mesmo assim, comigo em meus olhos, não me vejo por completo. Curioso.

Passo a vista por meus cabelos... castanhos do nada, como meus olhos. Alguns fios mais lisos que outros, alguns mais claros que outros. Gosto do meu cabelo, cada vez mais. Admirando ele, sorrio. E talvez seja assim que me vejo melhor, sorrindo. Mas sorrisos cativam. E sorrisos enganam.

Me olho, me olho e não me vejo, não me sinto. Não sou eu. Eu sou visto, sou dos outros, que me vêem. No espelho há um estranho que não sente. Eu sinto. Não quero ser o espelho.

Canso de mim mesmo. Fecho a porta do armário e com ela tranco lá dentro a imagem que não sou eu. Saio do quarto, saio da casa, mas não consigo fazer sair de minha cabeça a imagem do reflexo dentro dos olhos. Reflexo de mim mesmo? Será que no espelho lá sou eu?

In:

O Garoto que não sabia pedir ajuda...


Quando eu era mais novo, muito mais novo que nos dias de hoje, achava que conseguiria viver uma vida inteira sem pedir nada a ninguém, achava que a vida seria toda minha para eu conquistar, sozinho e por mim mesmo, deixando os outros de fora do meu círculo de vitórias e derrotas. Pior, achava, imerso na minha inocência tola, que conseguiria tudo que queria, que não seria fácil, mas seria meu, que havia só de esperar pela hora certa e meus desejos se realizariam. Então bastaria ir lá e tomar posse do que me pertencia por direito. Bobo que fui. Tolo que não sou mais. Esses dias, em que do alto do meu pedantismo, acreditava no sucesso individual absoluto, passaram. Se foram e hoje me vejo em outro momento, outra história. Minha segurança tão inabalável ruiu em partes essenciais. Suas bases firmes não eram mais tão firmes. Passei por épocas ruins, muito ruins mesmo. E quem não passou? Reconstruí minhas crenças e meus princípios em cima dos escombros das coisas em que acreditava antigamente. Refiz caminhos que antes eu achava estarem superados, passados e atravessados. Revi coisas que não queria, que entendia por bem enterradas e superadas. Descobri novas formas de encarar o mundo, talvez não tão dominadoras, talvez não tão certas de sucesso e de eu podia tudo. Parei de me achar acima dos demais, parei de me ter como exemplos para os outros. Aprendi humildade. Aprendi insegurança. A prendi dentro de mim, guardada no fundo, onde nem eu mais sei se consigo alcançar. Escondi do mundo minha arrogância e guardei onde ninguém pode chegar. Pelo menos não com facilidade. Mas está lá. Esperando que eu baixe minhas guardas e meus freios. Vou viver a vida inteira assim, manipulando meus sentimentos, fazendo malabarismo para conseguir ser uma pessoa melhor. E depois de tudo isso, melhorei.
Pelo menos, hoje sei pedir ajuda. Como todo mundo.

In:

E se Deus rezasse??


E se, de pernas para o ar, o mundo mudasse, virasse de ponta cabeça e o que é não fosse mais e o que não foi já é? Isso acontecendo, tudo seria possível, até o improvável, para não dizer o impossível. E se Deus, cansado, entediado e impaciente com a mesmice dos pedidos, que sempre escutava, e se esse nosso Deus qualquer resolvesse rezar? Para quem seria? Qual seria o objeto de orações do nosso objeto de orações? Nós mesmos, quem sabe. Não por santidade, nem por bondade, nós não as temos em quantidade suficiente para atender nem nós mesmos, quanto mais os outros. Seria por pura falta de opção, de outra pessoa para quem rezar. Afinal, Ele é Deus. Sem saída, rezaria para nós, os meros mortais, os homens, seus filhos.
“Meus homens, que estão na terra, santificado seja o nome que vos dei, por ter sido Eu e não outro. Cá está meu reino, cá estou no meu Reino, a espera de vós. Com mina vontade feita, não em sinto satisfeito, e por incrível que possa parecer, há ainda desejos não realizados, em cima e embaixo. Dou o pão que posso e o que vocês fazem dele não me cabe, pois junto com o alimento dou o juízo, o livre-arbítrio. Fiz certo em vos dar isso? Não o pão, o livre-arbítrio? Não sei. Já o perdão é só meu e distribuo segundo meu entender. Porém, sou Deus e perdôo a todos, sendo minha condição o arrependimento, pura e simplesmente. Tudo que vocês oferecem em troca, sei quão sincero é. Sou onisciente, sou um deus, O Deus, logo, não posso nem quero perdoar a todos. Jamais poderei fazê-lo. Esforço-me para que não sejais tentado, mas em sendo, mais uma vez cabe a vós a decisão. Sejais fortes para não cair em tentação. O pecado espreita em cada beco, em cada canto escuro, aguardando o momento certo para se mostrar. E esse momento é mais rotineiro do que se imagina. Basta vacilar e tudo tomba. Cai-vos em tentação, se assim for. Do mal, livrai-vos sozinhos. Protejo o que posso, olho por vós sempre que consigo. Faço meu melhor e em sendo Deus já é algo digno, mas cabe a vós, tudo a vós. Sou o juiz, infelizmente, e vocês os réus. Livrem-se do mal. Estarei sempre do vosso lado. E que assim seja.”

In:

Eu, Eu mesmo e o MP4


Foi em uma tarde de Janeiro, para ser específico no dia 16, era uma tarde agradável, não estava sozinho, eu estava acompanhado.... estávamos em três: EU, EU MESMO e meu MP4!

Estava esperando por uma pessoa, tínhamos marcado de estudar, pra variar ela se atrasou... Foi então que decidi sentar nas escadas do Cine 9 de Abril. Estavam sujas, empoeiradas e desgastadas, mais venceram a minha disposição de ficar de pé.
Encostei nos cartazes de SE EU FOSSE VOCÊ 2, estiquei as pernas, posicionei a mochila no meu colo e ao som de CODPLAY comecei a observar as pessoas, não por vontade própria, mais pelo momento. Ele proporcionou isso.
Passavam-se homens brancos, homens negros, mulheres magras, mulheres gordas, crianças chorando e pedindo sorvete as suas mães... que preocupadas com seus afazeres não davam muita atenção aos choramingos. Passaram-se aleijados, deficientes mentais, professores, trenzinho da alegria e até mesmo um avião a jato. O mundo estava em movimento. E eu estava ali, parado observando o cartaz do mundo sozinho, aliás, acompanhado do meu querido Mp4
As pessoas que passavam me ignoravam... Paravam, olhavam os cartazes do cinema faziam comentários sobre quais filmes assistir e não percebiam que tinha alguém ali: Eu estava ali !! Era obvio que eu não queria que elas me cumprimentassem, sorrissem ou algo do tipo, não sou nenhuma espécie de celebridade e em nada sou parecido, mais pelo menos um olhar de indignação por eu estar ali... em frente aos cartazes e, atrapalhando suas visões, seu fluxo, entretanto,
NADA!
Talvez eu faria o mesmo, as pessoas no seu dia a dia, na guerra pela sobrevivência e afazeres não percebem mínimos detalhes a sua volta, não percebem detalhes talvez insignificantes a sua vida, detalhes que seriam importantes talvez pra pessoa ao seu lado. E estavamos ali, observando apenas, hora nenhuma sendo o "objeto" observado. Uma garota chegou a dizer para sua mãe: “Olha mãe, ainda está passando SE EU FOSSE VOCÊ 2 podemos vir aqui amanha?”, disse isso como se minha pessoa estivesse invisível, como se eu simplesmente nao estivesse ali, parado, em sua frente, atrapalhando. Parecia que ela tinha a fantástica capacidade de ver além das coisas.
Comecei a notar que praticamente todas as pessoas que passavam por mim estavam acompanhadas, tive uma crise existencial inexplicavel. Todos estavam acompanhados ,o homem branco, o negro, a mulher magra, a gorda, a professora Tânia que por sua vez demonstrava uma alegria ímpar... com seus óculos escuros, mãos cheias de sacolas de uma boutique qualquer, e é claro, acompanhada. Vi também passar um certo Coreano que estudo no meu colégio ano passado e, acredite, nunca vi um coreano tão bem acompanhado e com um sorriso tão largo estampado em seu rosto como se estivesse dizendo:
“ Amo o Brasil, amo as mulheres do Brasil”.
Até que sentou um senhor ao meu lado e logo pensei: "Mais um solitário se sentou nas escadas do Cine 9 de Abril", que estava fechado naquele dia. Entretanto rapidamente constatei que estava enganado... o senhor ao meu lado se levantou e se juntou a sua senhora. Cena bonita aliás. Reflexiva por si só.
Olhei para o outro lado: vi uma cadela deitada de frente ao cartaz do filme
MARLEY E EU, olhava hipnotizada para a foto do cachorrinho no cartaz, como se estivesse pensando no quão solitária estava, assim como EU, exatamente alias ... olhando para o cartaz do mundo, observando o corre-corre das pessoas e me sentindo cada vez mais vazio, sem uma simples frase ou cena no teatro da vida.
Acho que William Shakespeare se equivocou ao dizer: “Se você se sente só, é porque ergueu muros em vez de pontes”, não ergui muros, muito pelo contrário, ergui várias pontes! Sempre fui o cara que falava com todos, era amigo e adorado por todos. E com isso eu provei um pouco do que dizia
David Saleeby: "A maior solidão é aquela que se dá não pela ausência de pessoas, mas pela indiferença da presença delas", percebi de uma maneira única a veracidade em suas palavras, o quão real elas soariam naquele exato momento e, em minha vida.
Pontes? Ah, tenho certeza de que fiz várias. O mundo que por algum motivo tem erguido muros a minha volta, talvez não, talvez seja mais facil eu simplesmente culpa-lo por toda minha amargura.
Renato Russo disse com sua sabedoria impar um dia: Digam o que disserem, o mal do século é a solidão"
E esse mal talvez tenha me afetado.
Acho que a solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido neste período moderno, tão cheio de liberdade, de independência e do nosso próprio egoísmo. Mais continuo aqui, solitário como naquele dia, porém prefiro acreditar que estou acompanhado, é melhor, é mais facil. Doi menos. Afinal, estamos em três.....

Sim! Estamos em três! EU, EU MESMO e meu adorável MP4...

Aprendi a olhar lá fora e ver luzes e estrelas, olhar pra dentro de mim e ver um vazio escuro, acompanhado da solidão.

Sabe aquela cadela solitária que observava o cartaz de Marley e Eu? Conseguiu encontrar um parcero e, observei com alegria quando ela atravessou a rua atrás de seu mais novo amante se perdendo no meio daquela imensa multidão....

Eu? Talvez um dia eu vou embora...

Por que ninguém pode continuar com seu Mp4 esperando pra sempre...